Entre Tokyo e São Paulo

Wednesday, July 10, 2002

Anima Mundi


Começou o Anima Mundi...Eu queria muito estar aí pra ver!!!
Será que algum amigo meu, poderia fazer um ONEGAI (favor) pra mim?
Levar a Yuri pra ver o Anima Mundi? Ela adora, é tão legal! Como ela tá de férias e não tem :-“nada de legal mãe!” prá fazer, esse certamente é o programa ideal.
Minha mãe está de cama, se recuperando de uma cirurgia e não pode levar.
E aí Tio Enéas, tem jeito de dar uma olhada na sua afilhada? Alguém mais se habilita?

Eu costumava passar as tardes com ela lá nas oficinas. Ela até tem uma fita de vídeo só pra gravar as animações que fazia. O que ela mais gosta é CLAY (massinha). Esse ano vai ter oficina?
As tiazinhas daquela livraria no MIS adoravam a Yuri, era impossível sair de lá sem um livro prá ela. Mas é tão raro ver uma criança que se interessa por leitura que eu achava um pecado não comprar. Por mais sem grana que estivesse eu dava.

O ano passado não deu pra ir porque estavamos em Goiânia, foi um pouco antes de embarcarmos para o Japão. No ano retrasado eu levei ela e mais 3 crianças da idade dela e foi um barato! Eu curto muito criança, sabe. Pena que porque fiquei brincando nas oficinas com eles não consegui senha prá ver Ghost in The Shell. Sessão concorridíssima, mas imprópria para eles. Mas mãe é mãe, né. Fazê o quê?

Ghost in the Shell

Sinto falta dessa ferveção cultural de São Paulo, principalmente nessa época, quando tudo acontece: Mostra Internacional, É tudo verdade, Anima Mundi, FreeJazz, etc...

Eu nunca tive grana e sempre tinha um programa bacana (na faixa) pra fazer.

Tokyo tem muitas coisas para se fazer mas tudo é tão caro. Teve um festival de curtas, foi interessante mas o programa era uns ¥3000=R$75,00 um dia. O que eu sinto é que existem muitas coisas legais rolando na cidade, mas é tanta informação que as coisas se diluem. Não percebo por exemplo, onde acontecem os eventos “cool” da cidade, pode ser em qualquer lugar. As tribos são tão hetrogêneas que não há consenso entre os horários e tipos de programa.
Em São Paulo, eu passava muito tempo em mostras e exposições conhecendo pessoas com interesses parecidos com os meus. Ainda hoje acho que isso acontece aí.

Aqui ir a lugares como esses não é garantia de se encontrar gente com interesses parecidos.
Por um lado isso mostra que a infomação não é centralizada e as opiniões nunca são unânimes. É um ótimo lugar para quem aprecia essa diversidade mas não espere por profundidade nos assuntos. Tudo é rápido e efêmero, não sei se eles digerem as modas e os gostos que adotam com tanta veemência.

São Paulo é assim: um mundinho de modernos e descolados que precisam ser vistos nas mostras certas (como é “in” ficar numa fila pra ver um curta daquele diretor revelação do festival 'não sei o quê'), nos vernissages dos artistas certos, nos melhores lugares do show daquela banda obscura de NY... Quanta bobagem que a gente faz!

Acho que trouxe um pouco dessa cultura pra cá, mas logo vi que não valia a pena. Aqui tudo é para todos, assim é possível ver um tipo tio numa rave e um punk na exposição do Museu do Prado.
Existem estilos e gostos diferentes sim, mas não há panelas de modernos que monopolizam os meios de comunicação e que determinam o que é cool e o que não é.

De vez em quando leio a Revista da Folha e ela ainda continua o parâmetro de cultura do paulistano "muderno". Ainda reconheço os nomes dos arquitetos, designers, estilistas, personalidades da noite, o que será que mudou?
Aqui você pode ser o que quiser, ser cool ou não ser é uma simples questão de gosto.

Monday, July 01, 2002

PENTACAMPEÃO




Sensacional, somos penta! O único país a participar de todas as Copas do Mundo, o maior número de vitórias, recordes sobre recordes. Que alegria!
Ganhamos todos os jogos! Eu imagino como as coisas estão aí no Brasil, uma festa total!
Aqui nós também demos um jeito de comemorar. Apesar do jogo ter sido em Yokohama, a 40 min de Tokyo, em Roppongi teve festa no cruzamento mais famoso do bairro.
Muitos japoneses usando o uniforme do Brasil foram aos bares ver em telões a partida mais esperada do campeonato, e que final!! Alemanha tricampeã e o Brasil tetracampeão, uma partida que todos esperaram anos, mas também os mais prováveis finalistas nessa Copa que perdeu logo na primeira fase favoritos como a França e a Argentina.


BURAJIU! BURAJIU!

Depois dei uma passada no restaurante Acarajé Tropicana. Parecia Carnaval, todo mundo cantando, dançando, levei até banho de champagne

Não sou uma exímia conhecedora do esporte, minha família nunca se ligou muito nisso. Eu e os meu irmãos eramos sempre goleiros, aliás péssimos. Mas agora, depois de ter acertado o maior número de palpites dos jogos e ter ganho o bolão da firma posso arriscar a falar do assunto. Pelo menos as regras eu entendo.

Na última partida, com o coração na mão e vestida de verde amarelo vi uma seleção entrosada e coesa. Forte no ataque mas com zagueiros afinadíssimos e defesas iluminadas do nosso golerio Marcos. Que sufoco! Primeiro tempo e nada, o Brasil demora pra esquentar!!! Mas não deu outra, como no jogo anterior só no segundo tempo Ronadinho conseguiu no rebote fazer o primeiro gol. O Kahn deve ter ficado puto de ter largado aquela bola. Lances incríveis, até o Kléberson deu show, a Alemanha não tinha chance. Somos bons pra caramba!!! Mas o que eu mais gostei foi do lance que nos levou ao segundo gol: Rivaldo que jogada inteligente! Foi lindo, pra fechar a Copa com chave de ouro!
Isso é trabalho de equipe, parabéns Felipão! Morda-se de inveja Romário! (destesto aquele metido).

Essa Copa vai ficar no meu coração para sempre, uma experiência incrível! Que bem que isso faz!

A passagem da seleção mais amada do mundo deixou acesa uma chama no coração dos brasileiros nikkeis, orgulhosos e felizes que voltam ao dia a dia nas fábricas com esperança de um dia voltar ao Brasil e fazer da nossa terra um lugar melhor pra se viver.
MUUIIITAS SAUDADESSS!